Hoje é um daqueles dias frescos do começo do outono, onde as
folhas começam a cair e o meu humor começa a melhorar – você sabe bem da minha
aversão ao calor - . Como prometido peço ao meu chefe aqueles dias de folga que
ele me deve, e vou pra aí te ver, pois a saudade está apertando e essas
conversas de facebook e whats app já não são o suficiente.
O caminho até sua casa traduz os 40 minutos mais longos da
minha vida. Enfim estou na porta, milagrosamente com o coração ainda dentro do
peito. O seu perfume chega primeiro, e já vem acompanhado desse sorriso torto
que é tão teu, a barba mal feita que eu tanto gosto e o infinito olhar
castanho.
É uma graça te ver tentando arrumar as coisas pra me
receber, me pedindo pra esperar enquanto prepara algo para jantarmos – difícil
decidir qual de nós dois é o pior na cozinha -. Melhor ainda é a tua cara de
frustração quando te peço toda manhosa pra vir deitar ao meu lado: “larga essas
panelas, depois a gente pede uma pizza”. Você vem, e a noite se vai com nós
dois entrelaçados aproveitando cada segundo, e enfim adormecendo esparramados,
pois somos espaçosos demais pra aguentar mais que 5 minutos deitados de
conchinha.
Mas, tudo isso claro se você fosse meu e não estivesse
bêbado (chapado talvez) em algum lugar sem nem saber da existência desse texto,
e dessa vontade.
DG