Dentro de mim uma taquicardia surda.

Hoje meu coração bate saudade tua.

A angústia resolveu se mudar pra cá 

tomou minhas entranhas

e me prende a garganta.

Aprisionada está minh'alma

que anseia por tuas chegadas

ainda atormentada por tua aparição.

Presa estou aos teus detalhes.

Meu olhar insiste em procurar-te 

em todos os homens, de todos os bares.

Preso está meu corpo

sentindo ainda o teu calor.

Faça o que é direito, moreno

volta!

E devolve meu amor.

- DG

Tudo o que me resta são lembranças.

Uma memória astuta,

que me trai todas as noites.

Fazendo-me lembrar teu beijo,

teu cheiro,

teu riso,

teu toque,

teu olhar profundo.

Tua voz doce, que dizia ter medo do escuro.

Uma consciência 

que insiste em te trazer a tona

em sonhos tortuosos

onde não consigo te tocar.

E só posso vê-lo ir

cada vez mais distante

até desaparecer 

e eu estar sozinha.

- DG

E no silêncio do papel

eu grito minha solidão.

As paredes do apartamento parecem se aproximar cada dia mais,

está quase tão apertado quanto dentro de mim.

Sinto como se mãos muito fortes

me apertassem lentamente,

até esmagar-me o peito e eu explodir.

Explodo em lágrimas e versos,

esperando que de algum jeito

o universo note esse meu pequeno Big Bang

E te traga pra perto. 

 - DG