segunda-feira, 9 de abril de 2018

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Vejo você mergulhado em minha taça de vinho
e me pergunto onde eu te perdi.
Numa volta rotacional
a Terra girou rápido demais e você me escapou.
Ou será que terás escolhido fugirdes de mim?
Meu teor existencialista não me permite pensar o contrário.

Vejo você mergulhado em minha taça de vinho
penso em que bar estarás agora
destilando em discursos eloquentes toda a beleza contida no mundo
todo o encanto que sai de ti e inunda olhos e ouvidos como os meus.
Gostar-me-ia ser a tua plateia.

Vejo você mergulhado em minha taça de vinho
e ouço o som de sua risada
sinto a delícia de ouvir-te rir, e de rir contigo.
A cítara da tua alegria é para mim como mantra que exulta a alma.
Gostar-me-ia ter sua graça.

Vejo você mergulhado em minha taça de vinho
olho para as estrelas e me pergunto
se diante da vastidão de um multiverso
em algum mundo te tenho por perto.

Débora Gregorini







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